domingo, 24 de abril de 2011

Ou Vasco mostra que voltou a ser Vasco, ou o campeonato acaba domingo

Depois de quatro meses, o Campeonato Carioca tem tudo para acabar no próximo domingo. Sim, o Flamengo é favoritíssimo à conquista da competição. Sem jogar bem um jogo sequer, o time de Luxemburgo teve seu segundo teste neste domingo, mais complicado até que a semifinal da Taça Guanabara, contra o Botafogo, e mais uma vez se deu bem nos pênaltis. Se o título realmente vier, metade do bicho tem que ir para o bolso de Felipe.

Bruno Lima- Vipcomm 
Seu início de jogo contra o Fluminense foi assustador. Não pela ausência de Ronaldinho, que pelo que jogou até agora não faz falta nenhuma ao time. Achei que o Fla jogaria até melhor com Diego Maurício em seu lugar, mas o verdadeiro melhor do time (Léo Moura) saiu machucado cedo. E isso sim complicou a vida do rubro-negro.

O tricolor deu a entender que ia para matar ou morrer. Encurralou e conseguiu o gol, ridiculamente não anulado. Acho que foi para compensar a não marcação da falta de Felipe sobre Rafael Moura minutos antes. A arbitragem por sinal foi patética, mas isso não é novidade nenhuma.

O pecado do Flu foi sentar em cima da vantagem e dar a bola pro Flamengo. Realmente o time da Gávea não ameaçava, mas quem tem a bola está sempre mais perto de fazer o gol. E Willians, a cada dia melhor, colocou a bola na cabeça do craque dos clássicos, Thiago Neves.

Nos pênaltis, o Flamengo é favorito contra qualquer time do Rio. E com mais sofrimento do que de costume, deu a lógica.

Agora, para o Vasco mostrar que voltou a ser Vasco – afinal já são sete anos sem ganhar um turno sequer – precisa vencer o jogo. Hoje, tem time pra isso. Empate é quase derrota. E esse será o grande desafio do Gigante da Colina. Ganhar de um time que ainda não perdeu no ano. Para os 90 minutos, não há favorito, contudo, o Flamengo - teoricamente - joga pelo empate. A vantagem psicológica do Urubu é imensa. E os jogos do meio de semana, tanto de um como de outro, para mim não terão influência. O Fla classifica.

Pelo lado tricolor, apesar da eliminação, a semana termina com motivos de sobra para soltar fogos. A Libertadores, que tinha ido pelo brejo, caiu no colo. Mas fiquei com a impressão que se tivesse jogado o clássico com o tesão que teve na Argentina, venceria o Flamengo.

Só uma última observação: como a Rede Globo mantém o Wright no ar? É um absurdo atrás do outro. Como diria Roberto Jeferson, ele desperta meus sentimentos mais primitivos.

domingo, 10 de abril de 2011

Quem freia o Flamengo?

Vipcomm 
O clássico deste domingo foi mais uma mostra das deficiências do Botafogo e da eficiência do Flamengo. Não tive acesso aos dados da partida, mas não me assustaria se mostrassem que o alvinegro teve mais posse de bola e finalizações que o rival. Sem dúvida é um ponto positivo do trabalho de Caio Júnior, mas com as peças que ele dispõe, não vai conseguir grandes resultados.

Já o Flamengo impressiona pela segurança com que joga. Luxemburgo faz um excelente trabalho – não somente quanto à montagem do time, mas na condução do futebol do clube -, algo que eu duvidaria que acontecesse, e que só vai efetivamente se concretizar caso conquiste algum título.

O trabalho impressiona devido à qualidade time, que a meu ver não é tão bom quanto seus números. Os zagueiros são fracos, assim como o lateral-esquerdo e o atacante. Ou seja, de 11, mais de um terço não preenche os requisitos exigidos pela torcida. Contudo, o sucesso desta equipe se explica pelos jogadores-chave: Léo Moura, Willians e o trio de armadores, que dão o equilíbrio em todos os setores. O lateral e o volante, por exemplo, são dos melhores de suas posições no Brasil.

Daqui pra frente, a dificuldade vai aumentar, mas o cartel do Flamengo em 2011 lhe concede o moral necessário para entrar como favorito diante de qualquer adversário. Quanto ao Botafogo, melhor a diretoria agir rápido e bem, pois o elenco atual é candidatíssimo ao rebaixamento no Brasileirão. Trazer Ricardinho e Andrezinho é retrocesso. Lógico que não vai piorar o time, mas só vai maquiar os problemas graves da equipe. Além de dois meias, um bom atacante, pelo menos, se faz necessário. Botafoguense, a eliminação precoce pode ser um mal necessário. O Vasco está aí como prova.

Conca deu um alento à torcida tricolor neste domingo. Um golaço e dois passes inteligentíssimos. Mas tem que jogar assim nas partidas decisivas. O ponto fraco do argentino.

Araújo, sempre que tem oportunidade, comprova minha teoria. É bem melhor que Emerson.

O Vasco teve dificuldades, mas perdeu gols incríveis. Incríveis como as defesas do veterano Flávio, goleiro da Cabofriense. Bernardo marcou mais uma vez. Com a cabeça no lugar pode ser um jogador muito mais importante. Apesar da boa fase do time, não vejo o Vasco disputando a final do campeonato, mas seria ótimo para o futebol carioca.

Tal como no Fluminense, minha preferência por atacante vai de encontro a do treinador. Elton é melhor - não muito, mas é - do que Alecsandro.

E parabéns de novo para o departamento de marketing, que assim como fez após a tragédia no Japão, homenageou - de forma inteligente - as crianças mortas na chacina de Realengo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O que considerar na hora de se montar um elenco para a Libertadores?

Nesta quarta-feira, três times do Rio entraram em ação. Infelizmente, devido ao trabalho, só pude acompanhar o jogo do Botafogo na íntegra. O do Fluminense só assisti ao segundo tempo, enquanto o do Vasco, nada. Mas o pênalti dado, assim como a expulsão do zagueiro do ABC, foi um absurdo.

BOTAFOGO

Apesar da tranquila vitória de 3 a 0 do Bota, é impossível fazer qualquer julgamento de uma possível melhora da equipe. O Paraná é disparado o pior time que o Glorioso encarou neste ano. Até porque o jogo contra o América só vai acontecer na última rodada da Taça Rio. Frágil tecnicamente, sem força ofensiva e deficiente na marcação. Se a equipe carioca fosse de mais qualidade - em outras palavras, se o Herrera não fosse tão ruim -, era jogo para seis ou sete.

De qualquer forma, excetuando a troca do ingênuo Joao Filipe pelo estabanado Márcio Rosário –  este cidadão, se a diretoria se der ao respeito, não joga mais pelo clube -, as alterações no time foram boas. Batem com a minha visão de futebol. Bruno e Arévalo são melhores do que Mancha e Somália (muito significativo, né?), embora este último tenha moral com Caio Jr. e deva voltar no clássico de domingo.

Para não falar que o Paraná não tem nada de bom, o jovem atacante Diego me pareceu ser um jogador bastante interessante. Já o mais badalado, Kelvin (vendido ao Porto), mostrou qualidade, mas nada de extraordinário. Até porque o resto do time não ajuda. Vale a pena ficar de olho nesse Diego!

FLUMINENSE

Sobre o Fluminense, a tragédia já era mais que anunciada. E começou a ser construída logo na estreia da equipe, quando empatou com o frágil Argentinos Juniors no Engenhão. Ficou ainda pior quando o tricolor não conseguiu vencer o Nacional, um pouco melhor que o time argentino, mas também bem abaixo do nível técnico do time carioca.

Lesões, falta de estrutura, abandono de treinador, troca descoordenada de gestão...enfim, motivos não faltaram para que o time fosse eliminado já na primeira fase. Ainda não está, mas à beira. Para que o milagre aconteça, o Flu tem vencer o Argentinos Jrs. em Buenos Aires e torcer para o América vencer o Nacional em Montevidéu.

Que fiquem algumas lições não só para o Fluminense, mas como para todos os clubes que forem disputar a Libertadores. Na hora de montar o elenco, alguns quesitos são determinantes para que um time BRASILEIRO vá bem neste tipo de competição. Perguntas têm de ser feitas no momento de decidir se deve-se ou não contratar tal jogador.

O cara é 'macho'? Tem experiência na competição? (Se possível, contratar alguns hermanos. Afinal espanhol é a língua da arbitragem). E, por fim, pense na qualidade técnica. Com o Berna no gol já começa tudo errado.

O mais trsite é que, apesar dos pesares, o Fluminense teria elenco para chegar longe na Libertadores, eventualmente até vencer, mas o próprio clube foi seu maior adversário e agora vê o sonho adiado. Com a saída da Unimed no fim do ano, o cenário fica ainda mais preocupante. Não que fosse boa para o clube esta parceria, mas, no momento, é um mal necessário.


FOTOS: AGÊNCIA PHOTOCAMERA

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O sobe e desce do futebol


É incrível como as coisas mudam tão rapidamente no mundo do futebol. A comparação do momento é entre Felipe e Ronaldinho Gaúcho. O primeiro, contratado no meio do ano passado, chegou sob desconfiança, que aumentou ainda mais após as fracas atuações no Brasileirão de 2010. Depois do início da temporada de 2011 vergonhoso, chegou a ser afastado do elenco, dando a entender que o fim da carreira tinha chegado e ele não percebera. Cerca de um mês depois, tudo mudou.

Num Campeonato Carioca que se perguntarem quem é o grande nome da competição, eu, por exemplo, não teria ninguém para exaltar, Felipe, hoje, surge – aos poucos -como candidato único a esse posto.

Em contrapartida, o ex-melhor do mundo parecia que ia decolar, mas pelo visto ficou na promessa. Ronaldinho começou evoluindo jogo a jogo, até estagnar. As rodadas passam e as jogadas não saem. Se limita a dar passes para o lado – às vezes olhando para o lado contrário - inversões de bola, tentativas de dribles que nunca são concluídos.

Até agora, seu grande momento foi o gol de falta na final da Taça Guanabara, contra o Boavista, na falha do goleiro Tiago. Muito pouco para um jogador que recebe mais de R$ 1,5 milhão por mês, não importando se essa grana sai dos cofres do clube ou do investidor. Na linguagem popular, Ronaldinho está “roubando”.

A questão é que Felipe, mais velho (33 a 31), bem menos badalado, bem mais barato, mas de categoria semelhante, é muito mais útil e produtivo do que o R10. Além de jogar num time inferior ao do Gaúcho, o canhoto chama atenção pelo gosto com que está exibindo seu futebol.

Felipe, até pouco tempo, foi instigado por não estar jogando bem. Mal fisicamente, era visto como ultrapassado. Quem sabe Ronaldinho não precise dessa chacoalhada para parar de enganar a torcida?