sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Algumas ponderações sobre Cortês

Uma coisa que sempre me incomodou, mesmo antes de me tornar jornalista, é a falta de critério ou responsabilidade em analisar qualquer assunto. Principalmente aos que formam opinião. E é isso que vem acontecendo nos meios de comunicação de massa quanto ao lateral-esquerdo do Botafogo – e, agora, da Seleção Brasileira –, Cortês.

Infelizmente, está havendo uma confusão muito chata entre a ascensão relâmpago, graças a sua curiosa história de vida, e o futebol jogado dentro das quatro linhas, que é o que interessa. Que tal ponderar?

Trajetória

Cortês se destacou na série B do Carioca 2010 pelo Quissamã. No ano seguinte, estava no Nova Iguaçu, quando numa partida contra o Vasco em frangalhos, televisionada no domingo à tarde, teve uma grande atuação, que fora repetida algumas vezes, inclusive contra o seu atual clube.

Ainda durante o estadual, a revelação foi negociada com o Botafogo, onde rapidamente tomou a vaga de Márcio Azevedo. Aos poucos, foi se ambientando na nova casa e ganhando destaque, quando, novamente, contra o Vasco, Cortês teve, certamente, a maior atuação de sua carreira.

Foi o suficiente para que fosse convocado para a Seleção. Digo isso pois dali até o dia em que foi chamado, Cortês não jogou bem uma vez sequer, sendo, para mim, o pior em campo no clássico contra o Fluminense, na última rodada do primeiro turno.

Mas, eis que quando entrou em campo com a camisa amarela, o Super-Choque, bem discreto no primeiro tempo, mais do que normal para um estreante, no segundo, por causa de um ou dois dribles e um com passe fez o bastante para ser apontado por alguns analistas como o melhor em campo. Acredito que a baixa expectativa falou mais alto.

Oba-oba

Com menos de 30 jogos pelo Botafogo, nos quais esteve longe de ser brilhante na maioria, e em um pela Seleção, em que só ganhou destaque pela baixa qualidade e falta de novidade na partida, Cortês está carregando um peso muito maior do que deveria. Se amanhã jogar mal, virão os comentários: "A Seleção estragou", "já mascarou".

Bruno Cortês é “apenas” uma boa revelação e com um potencial enorme, que, com seus 24 anos, ainda alterna altos e baixos. Devido a lamentável safra de laterais-esquerdos no Brasil, está sendo alçado a um posto descabido. Para o bem dele, do Botafogo e da Seleção, é necessária para já uma blindagem ao garoto, que parece ser uma pessoa espetacular, mas ainda não é esse jogador todo que os não acompanham tão de perto suas atuações andam falando por aí.

domingo, 11 de setembro de 2011

Flu sobe, Fla desce, Bota e Vasco não se impõem. Quem tem mais chance de ser campeão?

Para aqueles que duvidavam, o Fluminense entrou no Campeonato Brasileiro. Longe de apresentar um futebol brilhante, o time vai se acertando, mas ainda tem a melhorar para o restante da competição. E isso é bom. A equipe entrou na disputa, mas por ainda não jogar tão bem, não dá para garantir que veio para ficar.

Se compararmos, esse “melhor momento” do Tricolor no Brasileirão é aquém dos “melhores” de Vasco, Flamengo e Botafogo, entretanto, o clube das Laranjeiras sobe a ladeira em um momento muito mais decisivo do que seus concorrentes. Embora cada time represente um caso diferente.

O Vasco, de todos os quatro, é o mais regular, mas não acredito que será o campeão. Reconheço que o retrospecto da equipe em 2011 e a tabela do campeonato me mostrem o contrário. É simplesmente uma questão de ponto de vista. Acho que ainda falta “O Cara” no elenco. Em contrapartida, a tranquilidade de já estar na Libertadores em 2012 certamente será uma aliada que nenhum de seus concorrentes possui.

O Flamengo, por estar há oito jogos sem vencer e vindo de quatro derrotas seguidas, obviamente, é o que dá mais sinais de pilha arriada, trocadilhos à parte. Se há um mês o time estava invicto no Brasileirão, com apenas uma derrota no ano, de uma hora para outra a carruagem virou abóbora.

Ao contrário do Fluminense, o Rubro-Negro parece ter atingido seu ápice antes da hora. Os boatos de mal estar entre Luxemburgo e o elenco a cada dia se acentuam, e os péssimos resultados só reforçam a ideia de que não se tratam apenas de burburinhos.

Dentro de campo, as atuações estão muito abaixo do que já fora apresentado anteriormente. Minha teoria de que sem força alguma no ataque e com uma defesa fraca seria impossível chegar longe vinha sendo desmentida pelos resultados. Agora não mais. O meio-campo continua sendo muito bom, mas a má fase de Thiago Neves, somada a de Léo Moura, se reflete diretamente no restante do time. Mesmo com a sólida evolução de Ronaldinho Gaúcho, que se tornou o “único” jogador da equipe.

De qualquer forma, sem pontuar há tanto tempo, a distância para o líder não é tão grande. São sete pontos, mas a diferença a gente viu na última quinta-feira. Um massacre, atropelamento, no Pacaembu. Tempo para se recuperar tem de sobra, a questão é se tem jeito de o Flamengo voltar a ser aquilo que já foi.

Já o Botafogo, que só joga em casa e quando sai é um desastre, se quiser brigar pelo título, precisa se impor quando desembarcar fora do Rio de Janeiro. Diante do Coritiba acho desnecessário tecer qualquer comentário sobre a atuação da equipe. Humilhante, sem-vergonha...nenhum adjetivo se aplica à partida que o time realizou.

Lamentável também foi a postura do Caio Júnior na beirada do campo. Cerca de 30 minutos do segundo tempo, o Botafogo tomando um vareio durante todo o jogo, acabara de tomar o terceiro gol, e o técnico simplesmente não tinha feito nenhuma substituição. Para piorar, ao ser filmado pela câmera que transmitia o jogo, o professor coçava a barba e conversava calmamente com seu assistente.

O time não ia empatar. Muito pelo contrário, estava entregue e era claro que mais gols do Coxa sairiam. O problema é a postura do treinador do lado de fora, que só reforçava essa sensação. Não estou pedindo um louco que pule, grite e xingue, mas um pouco de brio e atitude não faz mal a ninguém.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Renato dá aula de futebol no Engenhão; e após Fla x Avaí fica a pergunta: é coincidência ser prejudicado em SC?


Muito bem armado, consistente e agressivo, o Botafogo conquistou sua terceira vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro. O gol, logo no início, fez com que o jogo ficasse mais tranquilo do que já era previsto, em função dos vários desfalques do Palmeiras.

Neste duelo, dois jogadores tiveram uma atuação acima da média: Renato e Maicosuel. O camisa 7 fez, disparado, sua melhor partida no Campeonato Brasileiro, enquanto o volante se transforma em um jogador a cada dia mais indispensável à equipe.

Finalmente, Maicosuel fez o que se esperava dele: driblou, armou e finalizou. Até gol saiu. Não precisaria para que seu desempenho fosse destacado, mas balançar as redes coroa sua partida.

Oito de ouro

Um pouco mais atrás, na cabeça da área, tivemos uma aula de futebol. Confesso que quando o Botafogo acertou com Renato, eu esperava um grande jogador, mas não tanto e nem com tais características: cadência e roubo de bola.

AGIF
O camisa 8 conhece os atalhos, não erra um passe, rouba muitas bolas, facilita as mais emboladas jogadas, e tudo isso sem aparentar o menor esforço. Além do mais, é um exímio cobrador de faltas. De seus pés saíram os dois primeiros gols do Glorioso. Com 22 minutos, o jogo estava resolvido. Dali em diante, foi só uma mera exibição.

PS: Só registrando que o Cortês, pela segunda vez seguida, foi o pior jogador do Botafogo. 



Vá a Floripa e volte irritado com o juiz

Após ser derrotado para o Avaí e amargar seu quinto jogo sem vitória, o Flamengo passa por um momento esquisito na competição. Perdeu alguns jogadores de defesa, outros caíram de produção e, diante do Leão, a equipe contou apenas com “quatro” jogadores: Felipe, Willians, Renato e Ronaldinho. É muito pouco para quem quer ser campeão. 

Contudo, não há motivo para desespero. O rubro-negro está no bolo e acredito que vá brigar até o final, pelo menos, por uma vaga na Libertadores. O Brasileirão é equilibrado, e todos os times passaram ou passarão por momentos assim. Só acho interessante procurar ver seus os próprios erros do que culpar o fracasso na arbitragem. Se bem que... 

O que me chamou atenção neste jogo foi justamente uma coincidência que envolve a arbitragem. 

O Flamengo reclama da atuação do trio, que, descaradamente, prejudicou-o. O curioso é que esta é a segunda vez, que eu me lembre, que o clube protesta veementemente contra a CBF. Da outra vez, fora na partida contra o Figueirense, em Santa Catarina.  Duas vezes em Florianópolis? Você pode pensar que foi uma mera coincidência, mas acho que não. 

O Botafogo foi prejudicado em dois jogos em 2011. Adivinhe contra quem e onde? Pois foi contra o Avaí, pela Copa do Brasil, que acabou em briga na Ressacada, e contra o Figueirense, no Scarpelli, já no Brasileirão. Nas duas partidas, os sopradores de apito inventaram pênaltis que determinaram o fracasso do Glorioso.

Também aconteceu com o Fluminense, quando foi jogar contra o Avaí, lá, com a injusta expulsão do Rafael Moura, apesar de ter vencido o jogo.

Acho muita coincidência tantos erros contra times cariocas sempre no mesmo lugar, sendo que, no restante da temporada, nenhuma arbitragem os deixou tão irritados.

Vale lembrar que em Santa Catarina se localiza a sede da ANAF (associação nacional dos árbitros de futebol).  Mas cuidado antes de criticar os juízes, a entidade não gosta e dá a entender que é vingativa.