domingo, 30 de janeiro de 2011

Resumão de janeiro do futebol carioca

Caros leitores, através desse blog vou procurar expor minhas opiniões referente ao mundo de futebol, mas, no momento, com uma abordagem maior ao futebol carioca. Atuações, contratações, declarações etc.
Espero que todos participem e deem sua crítica.
Um abraço.

Como já estamos na quarta rodada da Taça Guanabara, vou procurar fazer um apanhado de tudo que aconteceu em 2011 nos quatro grandes clubes do Rio. Apesar de estarmos ainda no mês de janeiro, muita coisa rolou.
Obs.: Sem querer armar nenhum trocadilho, o Vasco vai ficar para o final.

Vou começar falando do Fluminense, pois no meu modo de ver foi o que menos mudou de um ano para o outro. Mesmo sem contar com Emerson e Deco – não é nenhuma novidade - e Conca ter estreado apenas neste domingo – e bem -, o clima no clube parece ser o de ansiedade para o início da Libertadores. Além do elenco mantido, as contratações foram ótimas. Um bom goleiro (nada de outro mundo, mas bom), o excelente volante Edinho, que sabe marcar, sair para o jogo e que faz o papel de zagueiro se necessário. Souza também foi ótima contratação. É um jogador versátil, que atua como segundo, terceiro ou quarto homem de meio-campo, além de quebrar um galho na ala-direita, posição que Muricy Ramalho não tinha um bom reserva para Mariano, que continua voando. Para o ataque está a maior incógnita: Araújo ficou muito tempo no futebol do Oriente Médio e, aos 33 anos, fica difícil saber como ele se comportará num futebol tão competitivo como o brasileiro. Mesmo assim acho que pode dar certo.

De se lamentar apenas a nova lesão de Deco. A quinta desde que chegou ao clube, em meados de 2010. O jogador não tem previsão de volta e deve ficar fora da fase de grupos da Libertadores. Especulou-se até que o meia abreviasse a carreira por tantas contusões.

Outro que, na minha opinião, pouco mudou foi o Botafogo. Mas mudou e para melhor. Com exceção do setor ofensivo, o elenco foi basicamente mantido. Saíram jogadores de frente importantes, como Edno e Jobson. Essa é a principal carência de Joel Santana, que conta com apenas Herrera, Caio, Alex (recém-alçado aos profissionais) e Loco Abreu. Este último que, recentemente, trouxe à tona uma crise que já existe desde o ano passado, quando voltou da Seleção Uruguaia e teve de mostrar serviço para recuperar a titularidade.

Agora, em 2011, estranhamente, no primeiro jogo do ano, após uma vitória suada e já esperada, contra o time pequeno mais forte do Cameponato Carioca (Duque de Caxias), o atacante criticou o esquema de jogo do Botafogo. Ele teve razão ao escrever em carta publicada em seu site oficial que em momento algum fez uma crítica ao treinador, mas, sim, à postura do time. De qualquer forma, malandro que é, Loco Abreu quis, sim, atacar Joel Santana. Mas fica a pergunta: qual o motivo para isso? Acompanhando de longe, tenho a impressão - quase a certeza - de que se tratam de duas pessoas extremamente vaidosas. Joel não aprova o comportamento muitas vezes insubordinado de Loco Abreu, que por sua vez tira proveito da posição de ídolo da torcida para questionar determinações que não lhe cabem.

Não queria acreditar, mas penso que Loco Abreu não tenha aceitado o fato de que Joel Santana não citou seu nome, antes de a temporada começar, para ser o novo capitão da equipe. Vale a pena lembrar da famosa frase do uruguaio: “Não preciso de braçadeira para ser líder da equipe.” Bela resposta, que o técnico teve de engolir seco.

Na primeira partida, pode-se dizer que veio o “troco”. Criou-se o mal estar, mas que, graças aos fracos adversários e consecutivamente aos bons resultados, a situação esfriou.

Dentro de campo, a até agora boa surpresa do time é o lateral direito Lucas. Jogador atrevido, de muita força ofensiva e excelente cruzamento. Atributos que fizeram, e muita, falta ao time durante o Brasilerão do ano passado. O jovem, de 22 anos, ainda não parece muito seguro na defesa, mas sua determinação e disposição física, aliado à pressão de um teste maior, podem responder se ele ainda é frágil na marcação, ou são os jogos de até agora que não lhe exigiram muito neste quesito.

Com relação aos outros reforços, vejo o zagueiro Joao Filipe, que assim como Lucas, veio do Figueirense, um pouco inseguro. Também muito novo, o defensor demonstra uma certa ingenuidade em certos lances, mas é muito bom no jogo aéreo e sabe sair para o jogo..

Não acredito em Márcio Azevedo e Rodrigo Mancha. O primeiro, apesar de ser melhor que o antigo lateral esquerdo Marcelo Cordeiro, não é efetivo no ataque e tampouco marca bem. Mas possui bom vigor físico. Como ainda não estreou, prefiro aguardar para ter certeza disso. Pode dar certo, mas não acredito que brilhe. Já o Mancha até começou bem no Coritiba, mas 'manchou' seu filme com as passagens por Santos e Prudente. Dificilmente será titular no Botafogo. É melhor que o Fahel, embora isto não seja vantagem para ninguém.

Mas nenhuma contratação foi tão acertada quanto a “saída de Leandro Guerreiro e a chegada de Arévalo Ríos”. Foi um verdadeiro negócio da China que o Fogão fez. Trocou um fraco volante por um excelente jogador, mais novo e ao mesmo tempo mais experiente. Enquanto Rios, de 29, disputou o último Mundial, Guerreiro sequer jogou uma partida de Libertadores, aos 32 anos. Certamente será ídolo. Ao lado de Marcelo Mattos, não vejo nenhum clube no Brasil com uma dupla de volantes tão eficiente na marcação. Não são os melhores, mas para marcar são. Embora ambos saibam sair pro jogo.

Quanto ao Everton, ex-Fla, prefiro aguardar o que o técnico Joel Santana vai fazer. O atleta pode atuar tanto na ala esquerda como no meio. Prefiro-o na ala. Assim como Márcio Azevedo, não acredito em um grande sucesso de Everton, mas é bom jogador e pode ser muito útil ao treinador. Será titular.

Já o Flamengo vive dias de ansiedade até a estreia de Ronaldinho Gaúcho. Por enquanto, tirando o primeiro tempo da vitória deste domingo sobre o grande rival Vasco, o time não empolgou. Destaque para o meia Vander, de muita personalidade, e para o gol de Thiago Neves, que já em seu segundo jogo disse ao que veio. No gol, Felipe, muito superior a Marcelo Lomba, dá segurança à frágil defesa, formada por Wellinton e David Braz. Egídio ainda é claudicante na lateral esquerda, mas para disputar o Campeonato Estadual serve.

O esquema que Vanderlei Luxemburgo montou me agrada, mas Deivid vai precisar fazer mais do que vem fazendo para que Ronaldinho e Thiago Neves rendam o que todos esperam. Se achar um atacante de área, já que Deivid trabalha numa função que não está acostumado a fazer, o time tende a ficar muito forte. Por enquanto, com Renato Abreu, Neves e Vander, o time vai bem. Mas só a partir da quarta-feira poderemos ter uma noção do que R10 pode acrescentar à equipe.

Por fim, o Vasco. Só pelo fato de realizar sua pior campanha da história em Campeonatos Estaduais, pode-se ter uma noção do que as pessoas que trabalham no futebol clube (do presidente ao ponta-esquerda) estão fazendo com a História de um dos maiores clubes do Brasil.

É muita incompetência da diretoria deixar o time chegar nesta situação. Na segunda derrota para o pequeno (Nova Iguaçu), algo radical já teria que ter sido feito! São quatro jogos e quatro derrotas. De forma bisonha a equipe está eliminada da Taça GB, enquanto seus maiores rivais nadam de braçadas. Uma humilhação sem tamanho. O presidente demorou, mas fez o certo. Mandou Carlos Alberto embora. Meus parabéns. O verdadeiro torcedor agradece. Um jogador mediano, mas que tem uma postura arrogante, cheio de pose, mas futebol que é bom, eu nunca vi. Dizem que ele tem muito potencial, mas eu não enxergo. Se fizermos um apanhado da carreira dele, acho que provo estar certo. Começou bem no Fluminense e, assim como qualquer jogaodr braisleiro, foi vendido para o Porto-POR. Com todo respeito ao Porto, o que nunca faltou por lá é brasileiro que não joga nada. Lá, CA foi reserva, mas era importante. Entrava sempre e na final, por alguém que não me lembro estar fora da partida contra o Mônaco, acabou jogando. Fez um golaço. Porto campeão.

Ainda com 19 anos, o jogador era, realmente, promissor. Mas parou aí. De Portugal seguiu para o Corinthians. Foi campeão brasileiro - sendo reserva em boa parte - num time em que, assim como no Porto, era coadjuvante de Tevez, Nilmar e Roger. Carlos Alberto estava longe, bem longe de ser destaque do time, mas já usava um cabelo “diferente”. O time roubou do Real Madrid o apelido de Galáticos, e, pelo visto, ele levou a sério.

Do Corinthians foi para o Fluminense. Já estamos no ano de 2007. Passagem super discreta, mas também foi campeão, dessa vez da Copa do Brasil. Destaque do time? O, na época, desconhecido Thiago Neves e o limitado Adriano Magrão, decisivo nos dois jogos da decisão contra o Figueirense. O time chegou aos trancos e barrancos. Tanto que começou a campanha com Joel Santana e acabou com Renato Gaúcho.

Do Flu, voltou para a Europa. Agora para o Werder Bremen-ALE. Sabe-se lá como e porquê, ele foi a contratação mais cara da história do clube, na época CA, se não me engano pertencia ao grupo de investimentos MSI, do iraniano que mandava no Corinthians, Kia Joorabchian. Pouco jogou, arrumou briga com um companheiro e ficou na geladeira. Não fez nenhum gol.

Depois dessa, passou curtos períodos no São Paulo e no Botafogo. Foram tão curtos que nem cabe uma análise. Neste época o jogador já estava estigmatizado como jogador problema. Especialmente em virtude das constantes suspensões. Dificilmente terminava um jogo sem ser punido.

Vendo que já tinha mais espaço nos principais clubes do país, achou no rebaixado Vasco um lugar para dar a volta por cima, assim como o clube viu nele o jogador de conduzir um time sem estrelas de volta à primeira divisão. Tudo que ele queria. Jogos fáceis, caiu nas graças da torcida. Beijava escudo, geralmente quando comemorava seus gols de pênalti. Com ele ou sem ele, o Vasco voltaria para a série A, e foi isso que aconteceu.

Em 2010 ele voltou ao “normal”. Não jogou. Cerca de 20 jogos no ano. Cinco, apenas cinco pelo Campeonato Brasileiro. De 38 rodadas, ele jogou cinco e não fez um gol sequer. CA ganha um salário de cerca de R$ 350mil. Há quem ache que valia a pena. Agora veem que não vale mais. O cara não joga, nunca jogou. Quando jogou, foi comum ou foi expulso.

Não sou cego, claro que sei que ele sabe jogar bola, mas está longe, anos luz, eu diria de ser um grande jogador. Nota 6, comum. Se ele e quem dirige os clubes de futebol pensassem assim, talvez ele se tornasse um nota 8. Mas como isso não acontece, ele se torna nota 0. Um fardo para o clube e torcida, que sempre espera algo de quem não está preparado para dar. O corpo mole que ele estava fazendo era claro. Ele, durante a pré temporada, disse que o ano seria dele. Pois é.

Com relação a Felipe eu discordo da diretoria. Não via corpo mole nele, embora não estivesse jogando rigorosamente nada. Via uma indignação pela situação do time em suas declarações, mas não sei o que acontece internamente no Vasco. PC Gusmão, tardiamente, também foi bem demitido. Estava clara a falta de harmonia entra o técnico o grupo.

Sorte do Vasco que Carlos Queiroz rejeitou a proposta. Até ele saber quem é Dedé, o time seria eliminado da Taça Rio. Está difícil achar um nome, é verdade, mas como o diretor executivo Rodrigo Caetano, que é sério, é tão elogiado – não acho que ele faça um trabalho tão bom, embora acredite que as dificuldades sejam imensas – sinto que achará uma boa saída. E que seja logo, pois, com a eliminação relâmpago, o treinador terá tempo de montar um time para o segundo turno.