O clássico deste domingo, entre Fluminense e Botafogo, foi eletrizante do início ao fim. Porém, o árbitro Gutemberg de Paula, o mesmo que apitou a final da Taça Rio de 2010, marcou três pênaltis duvidosos e distribuiu cartões de forma desnecessária, o estragou.

Já começou se complicando ao expulsar, erroneamente o volante Valencia - graças à pressão feita por Loco Abreu -, que nem encostou em Herrera no lance que originou o segundo amarelo. Para compensar, expulsou Marcelo Mattos, numa jogada que era para cartão amarelo e nem os jogadores do Flu esperavam o vermelho, que dirá o capitão do Botafogo.
Mas ainda não tinha sido nessa jogada que Gutemberg iria se perder de vez na partida. Foi na bomba de Renato Cajá, ao lado de Jefferson, o melhor jogador em campo. O canhoto, que já havia marcado um golaço e posto uma bola na trave, acertou mais uma. A gorduchinha pegou no travessão, quicou e entrou, embora a camera da TV absurdamente não deixe claro, eu estava no estádio e deu para ver que entrou.
Na jogada seguinte, uma mistura de azar com incopetência do trio de arbitragem, Rafael Moura marcou seu segundo gol na partida. Cntudo, estava em posição ilegal ao aproveitar o rebote de Jefferson.
Ao descer para o vestiário, muito vaiado pela torcida do Botafogo, o juiz, certamente, ficou sabendo de seus dois erros a favor do Fluminense e, com isso, passou a fazer de tudo para que o alvinegro empatasse na segunda etapa. E foi isso que ele fez.
Para começar, o lance que originou o primeiro pênali marcado. Mariano rouba a bola de forma limpa de Márcio Azevedo. Gutemberg marca falta. Na batida, o homem de preto marcou pênalti que não houve. Loco Abreu - de forma irresponsável, mas tem crédtio - perdeu fazendo a cavadinha. Eu sou contra esse tipo de batida. Se fizer, ótimo, mas apenas cumpriu a obrigação. Se perder, se torna uma falta de respeito com os outros jogadores, que estão se entregando para vencer.
Mas estávamos apenas com 6 minutos de segundo tempo. Aos 8, possivelmente chateado com o desperdício de Abreu, o árbitro inventou mais um pênalti para o Botafogo. Dessa vez, Loco mostrou que a personalidade é a sua grande caracteística e repetiu a cavadinha, mais para o lado esquerdo. Cavalieri não esperava tanta loucura.
A partir daí, aliviado com o empate, o árbitro cessou a lei da compensação e, com faltas, começou a travar cada vez mais o jogo. Se no primeiro tempo os alvinegros foram quem mais sofreram nas mão do juiz, no segundo os tricolores perderam a cabeça logo no início com as penalidades. Fred chegou a pedir para sair e bateu boca com Muricy Ramalho.
Com tanto nervosismo - era difícil não ficar, mas não se podia -, o Flu se perdeu. Com Renato Cajá insipiradíssimo - e que me perdoem os rubro-negros, mas teve atuação de R10 -, o Botafogo chegou ao terceiro numa grande jogada entre o meia e Herrera, que finalizou por cima de Diegol Cavalieri. 3 a 2 Botafogo.
Tudo isso antes do tempo técnico. Após a parada, Muricy ajeitou seu time e passou a tomar conta do jogo. Enquanto o adversário esperava encaixar um contra-ataque para matar o jogo, o Fluminense pressionava. Especialmente com Carlinhos, se aproveitando do cansaço do lateral direito Alessandro, que fez grande partida. Este foi o grande duelo do jogo e Alessandro levou a melhor.
Com Carlinhos, duas vezes, e Araújo, uma, o tricolor chegou muito perto do empate. Mas Jefferson, um dos melhores goleiros da atualidade, mostrou por que vem sendo convocado. O camisa 1 alvinegro garantiu a vitória. Heróica, mas manchada pela atuação desastrosa do árbitro Gutemberg de Paula. Qualquer um dos dois times poderia ter vencido, sorte do Botafogo, que, se fizer seu papel, terá um caminho tranquilo até a quarta final seguida de Taça Guanabara.