quarta-feira, 2 de março de 2011

Botafogo e Fluminense mal. A culpa é de quem?

Depois dos resultados desta quarta-feira, de Botafogo e Fluminense, acho que vale a pena cada um considerar quão importante, ou melhor, qual o tamanho da culpa de um resultado bom ou ruim é do treinador?

Photocamera
Os grandes jogadores brasileiros – numa escala cada vez menor – estão fora do país. Com raras exceções , na minha opinião apenas Neymar e Ganso, são jogadores de primeira linha do futebol brasileiro. Claro que Fred e Ronaldinho Gaúcho também são grandes jogadores, mas, por uma questão ou outra, que não vale a pena debater agora, não têm mais espaço em times de primeira linha do futebol europeu. Sim, Ronaldinho estava no Milan, mas era reserva. Parando para pensar, são poucos os craques brasileiros que atuam na Europa. Craque mesmo não há, mas temos grandes jogadores como Hernanes, Pato, Thiago Silva, Nilmar, Daniel Alves, Kaká...Esses não voltam tão cedo.

Cada time grande tem lá seus dois ou três principais “craques”. Consequentemente, a tal boa fase de cada equipe é diretamente ligada ao desempenho dessas peças. Qualquer time top do Brasil, na ausência ou então quando seus melhores jogadores não estão em suas melhores condições físicas ou técnicas, fica comprometido. E quem paga o pato? O técnico.

Vou me ater ao Botafogo e ao Fluminense. Quando Joel Santana e Muricy tiveram seus principais jogadores à disposição, o trabalho era exaltado. Agora, quando ambos não os têm, só se ouve críticas. O time “ideal” do Botafogo, acredito eu, é o seguinte: Jefferson, Lucas, Antonio Carlos, Fabio Ferreira e Marcio Azevedo; Arevalo, Marcelo Mattos, Renato Cajá e Everton; Maicosuel e Loco Abreu. Contra o River, cinco desses 11 não jogaram. Nada mais nada menos que os dois melhores da equipe (Maicosuel e Loco Areu). Claro que não justifica o sufoco para se eliminar um adversário tão frágil, mas devido à pressão sofrida nos últimos dias, a qualidade, que já não à alta, cai ainda mais.

Photocamera
Mesmo caso, ou até mais grave, acontece no Fluminense. Há muito tempo a diretoria (patrocinador) investe pesado para montar um time forte. Aos trancos e barrancos, com mais dificuldade do que deveria haver (pelos desfalques), o time conquistou o Brasileirão do ano passado. O time principal do Fluminense, hoje, é, ao lado do Santos e Cruzeiro, um dos melhores do Brasil. Mas não vai passar da primeira fase da Libertadores. Os motivos são dois: um grupo complicadíssimo e, obviamente, as ausências. O melhor que Murici poderia pôr em campo seria: Cavalieiri, Mariano, Gum, L. Euzébio e Carlinhos; Diguinho, Edinho, Conca e Deco; Emerson e Fred. Além de jogadores como Belleti, Souza e Araújo no banco. Com o time que está jogando (Tartá, Marquinho, Rafael Moura...) – sem esquecer que Conca está voltando de uma cirurgia – o Fluminense vai penar para ganhar de alguém.

O Flu talvez seja a equipe com mais “bons jogadores” do Brasil, mas esses caras não entram em campo, não suam a camisa, enfim, não jogam. O Sheik mal jogou o Campeonato Brasileiro do ano passado, mas a pelada de fim de ano do Zico ele não perdeu. Este ano ainda não estreou.
Agora, dia 3 de março, o time está eliminado da Libertadores (salvo um milagre). Como arcar com os salários de tantas “estrelas” até o fim do ano? Como obter retorno?

Para os torcedores de Botafogo e Fluminense, vou me permitir copiar a frase que a torcida do Santos exibiu numa faixa (numa padaria) para protestar contra o ex-técnico Adílson. Muito faz quem não estorva. Quando seu time estiver passando por uma fase dessas, o apoio é melhor solução. Não sei, sinceramente, de quem é a culpa. Só sei que não é do treinador.

8 comentários:

  1. Porra vinicinhos... renato caja e everton no meio? mago e louco no ataque? Não dá pra acreditar

    ResponderExcluir
  2. Mais uma ótima crõnica sobre o futebol, muito bom o final do texto onde a culpa é retirada dos técnicos que no nosso país são extremamante injustiçados na maioria das vezes. Os jogadores ficam de "chinelinho" e o culpado é o técnico... No caso do fluminense não sei o que está acontecendo, o time não mudou do ano passado para esse apenas ocorreu a entrada de um ou outro jogador. Só sei que esse não era o time de guerreiros que lutava por cada bola possível e impossível que vimos ano passado, é impossível que em 2 meses eles esqueceram qual é a forma correta de se jogar. SErá que estão querendo derrubar o treinero, como ocorre muitas vezes no futebol???

    ResponderExcluir
  3. Concordo em partes com seu post. Acredito, na minha humilde opinião, que na maioria das vezes realmente o técnico não tem muitas opções nem dentro de campo nem tampouco fora dele, e que os "grandes" jogadores realmente não honram seus contratos, não exercendo bem a função pela qual foi contratado. Imagino eu, se um médico cirugião, depois 45 minutos de cirurgia, virar pro seu supervisor e fazer o famoso gesto circulando os dedos indicadores entre si, pedindo substituição, alegando cansaço muscular ou cãimbras. Comparações à parte, existem determinados momentos, que não dá para entender o que se passa na cabeça do professor. Como bom botafoguense, falarei do glorioso. Acho o Joel um ótimo técnico, o seu currículum já fala por si só, chegou no Bota em um momento difícil e trouxe de volta a confiança e a vontade de apoiar do torcedor. Mas ultimamente, sabe-se lá o porquê, tem feito mexidas no time, dignas de "El Loco". Vamos aos exemplos: estava com você na semifinal do carioca contra o Flamengo. A apreensão para saber a listagem de cobradores foi grande e quando saiu ... Espanto ... começar uma cobrança de penaltis com Márcio Rosário é digno de ser estudado. Não satisfeito, piorou na sequência: Evérton e Somália, este último que praticamente mal andou em campo durante a partida. Onde esta El Loco nessas horas? Porque não começou com ele? Óbvio que ele poderia perder, mas se fizesse, ia dar moral, levantar a torcida e mudar o cenário do jogo. São coisas inexplicáveis do Futebol.


    Ontem contra o Segipe-CE, passamos outro sufoco. Independente de desfalques ou fraco elenco, me explica ele ter tirado o RC10, sendo que era um dos melhores em campo para entrada de Fabrício. Posso estar falando besteira, mas o jogador não apresentava cansaço físico ou alguma lesão aparente para justificar tal atitude.

    Outra vez, fomos para as penalidades, e fiquei pasmo ao ver que os nossos zagueiros e laterais são nossos "homem-gol".

    Se o jogador não quer bater, cabe ao treinandor, que é o comandante do time, obrigá-lo a bater, ou no mínimo incentivá-lo. Não basta ser "grande jogador" se na hora amarela. E a culpa passa a ser do treinador que se torna conivente com a situação.

    Belo tópico. Abs.

    ResponderExcluir
  4. Retificando: River Plate-SE

    ResponderExcluir
  5. Belo post Vinicinhus, um dos melhores.
    Mas vou discordar de voce, pelo menos em parte.
    A sua proposta de eximir os tecnicos de culpa, pra mim, é tão radical quanto a dos que querem culpá-los por tudo! Sem dúvida o trabalho deles é supervalorizado, tendo em vista que quem entra em campo são os jogadores... Mas daí a dizer que eles não têm culpa é uma coisa bem diferente. Não acompanhei o jogo do botafogo, mas, falando do FlorminenC, não dá ´ra negar que o Murici tem um pouco de responsabilidade na derrota ao armar um time tão defensivo e previsível... Por isso, acredito que os técnicos têm culpa sim, apesar de estarem longe de serem os vilões.
    No mais, seu tópico está ótimo. parabéns.

    ResponderExcluir
  6. TA FALTANDO O LEANDRO GUERREIRO NO BOTAFOGO, TU NAO ACHA VINICINHUS????? DOI SO ELE SAIR DESANDOU TUDO

    ResponderExcluir
  7. No geral, todos têm a sua parcela de culpa tanto jogador quanto treinador, e os dirigentes não podem tirar o corpo fora, pois são os principais comandantes da orquestra. Se um dos dois for mandando embora - tanto Muricy quanto Joel - você vai contratar quem??? O mercado não tem grandes opções dando sopa no momento... Ou vai arriscar com um Ricardo Gomes da vida?
    Todo mundo sabe que o pior setor do Flu é a zaga, e - há um bom tempo - o Muricy pede mais um jogador na posição. Entretanto, devido aos interesses do patrocinador e não do treinador, ganhou - no início do ano - o Araújo, atacante, e o Souza, meio-campo. Já no departamento médico, acho esquisita a quantidade de atletas sempre tão grande, mas deixa pra lá...
    No caso do Botafogo, o cobertor é curto, falta grana para algo melhor, ou seja, se cobrir os pés a cabeça ficará de fora. Salvam-se apenas o goleiro, o centroavante e o técnico. Este último, quem conhece sabe, três "Torózinhos" no meio é rotina depois de um ano de clube.
    Em alguns casos, até mesmo a torcida atrapalha, pois vaiar o time do coração na dificuldade – como aconteceu no Engenhão – traz mais pressão. É a hora de juntar as forças e parar de chorar, pois este é o momento do grande homem – que honra o que tem entre as pernas – aparecer, vibrar e conquistar a vitória, podendo ser este jogador, treinador, dirigente e - por não - o torcedor.
    Meu Camarada, um grande abraço. Parabéns!
    Andre Sampaio

    ResponderExcluir
  8. So tenho medo das contratações pós carioca...

    ResponderExcluir