domingo, 13 de março de 2011

Peter Siemsen mostrou ser 'laranja' de grupo político, mas quem tirou Muricy do Fluminense foram os resultados (de momento)

Photocamera
Não sou setorista do Fluminense, nem sou torcedor, mas desde o último sábado venho acompanhando atentamente toda essa crise nas Laranjeiras. E confesso ter ficado indignado com o final da história. O clube não podia se dar ao luxo de perder Muricy Ramalho, mas, por incompetência e inabilidade da direção, perdeu.

A realidade é que apenas eles (cartolas e Muricy) sabem os verdadeiros motivos para a história ter acabado assim. Para a imprensa, até à coletiva do presidente após o Fla-Flu, o treinador tinha saído por causa da demissão de Alcides, na tarde de sábado. Porém, Peter negou essa possibilidade e disse que o treinador havia pedido o boné na manhã de sábado. Ou seja, até então, Alcides Antunes estava no cargo. Não acredito nesta versão - a feição dele na coletiva, sem encarar os jornalistas, reforça minha opinião. Caso seja verdade, o que causou a saída do técnico foram dois fatores: a falta de perspectiva na mudança de mentalidade da direção e – não podemos esquecer – os resultados! Afinal, alguém acha que, se o Fluminense estivesse na final do Carioca ou com a classificação na Libertadores bem encaminhada, ele sairia? No futebol, são eles que mandam. Uma covardia? Também acho.

Pelo lado do presidente – que tinha a preferência do patrocinador nas eleições, e o patrocinador queria a permanência de Alcides Antunes -, a impressão que passou foi de ser apenas um testa de ferro, uma marionete, que o grupo político que o apoiou, usa par atingir seus objetivos. Dois fatores me chamaram atenção em todo esse assunto:

1º- Como o cidadão me demite o vice de futebol na véspera de um Fla-Flu? A poucos dias do jogo do ano, contra o América-MEX!

2º - Foi o cúmulo do ridículo ele dizer que conheceu, de fato, o Muricy Ramalho na madrugada anterior ao clássico! Um absurdo! Como o presidente de um clube, essencialmente de futebol, só tem uma conversa mais aprofundada com o treinador – e olha que não é qualquer treinador – quando o cara já pediu para sair? Foi uma grande prova de incompetência e de que está na função errada. Como ele mesmo disse, está há apenas dois meses na presidência. O que será que ainda vem por aí?

Muricy, apesar do vacilo de sair através de nota oficial, desconsiderando o torcedor, saiu por cima e com certeza vai arrumar um lugar melhor do que as Laranjeiras para trabalhar. Foi campeão brasileiro, acabando com um jejum de 26 anos de um clube que é dirigido mais pelo patrocinador do que pelo presidente e que não oferece boas condições de trabalho. Para um cara que em toda a carreira sempre respeitou seus contratos, abrindo mão até da ,Seleção Brasileira, podemos imaginar o que ele teve de aguentar.

Mais uma vez, o jogo político, a disputa por poder, o ego dos engravatados, atropela o que está acima de todos: a instituição e a razão de ela existir, que é a sua torcida. Tenho certeza de que há muito mais coisa por trás desta crise, mas não sei se a verdade vai aparecer.

4 comentários:

  1. Infelizmente o futebol carioca, mostrou mais uma vez o quão amador que é. Sou tricolor e é inadimissível um time que não mudou nada do campeonato do ano passado para esse e ainda recebeu reforços, ter mudado tanto assim a sua forma de jogar a ponto de estar nessa situação...O que está acontecendo para que isso esteja ocorrendo não sei, apenas quem está lá dentro pode dizer...vamos ver o que esse presidente vai fazer com o club.

    ResponderExcluir
  2. Agora só aguardando a resposta da diretoria do Flu sobre a saida de Muricy... Tristeza é a falta de compromisso da diretoria com o clube. O meu Flu tem sorte por ter um patrocinador que torce pelo time, que ama o time...

    Abraços vini

    ResponderExcluir
  3. Concordo com tudo, vini ! Está escrevendo muito bem

    ResponderExcluir
  4. Quando uma empresa ou mesmo um clube de futebol muda o seu presidente é natural que se provoque um choque de gestão, alterando principalmente a sua cúpula (Leia-se diretoria) para mostrar que dali em diante a instituição será comandada de outra maneira. Fatores políticos também exercem influências.

    Seguindo esta fórmula, o novo presidente do Flu, Peter Siemsen, se desfez de Alcides Antunes. Entretanto, no futebol, a mudança é mais visível e ocorre de fato - pelo menos aos olhos dos dirigentes - quando o treinador é trocado. É assim que se livra por completo da gestão anterior. E, nessa hora, quanto pior estiver o desempenho do clube nas quatro linhas mais fácil as justificativas e o recomeço. Então, Sr.Treinador da gestão passada, não espere apoio.

    Tudo o que foi dito anteriormente tem base e ocorreu, recentemente, em outro clube grande do futebol Carioca também. O Flamengo agiu assim, mudando apenas os personagens. É só fazer uma forcinha e achar as semelhanças com a presidente Patrícia Amorim, o vice de futebol Marcos Braz e o técnico Andrade.

    Em ambos os casos, a saída do professor foi mal explicada e, como ocorreu no rubro-negro, está sendo difícil encontrar um bom profissional a beira do campo para substituir. O título do campeonato brasileiro do ano anterior atrapalhou também o tricolor neste momento. É uma pedra no caminho da diretoria. Porém, a torcida do Flu espera que as coincidências terminem por aqui, pois “O Mais Querido do Brasil” tenta esquecer o ano passado.

    ResponderExcluir